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Capitulo 6(Natalie) – Bem na hora






Isabela estava gostando de Vinicius e eu não precisava de nenhuma bola de cristal para ter certeza disso. Ela gostar dele até faz sentido, não tem como não ser atraída por ele, mas o que não faz sentido é ele insistir em ir atrás dela.
Estava voltando do shopping, quando os vi de longe na praia através da janela do carro.
Isabela ia ceder, estava tão perto do grande erro... Cheguei na hora exata.
Por mais que Isabela goste de Vinicius, ela não queria ser fácil pra ele. Era tão fácil perceber isso.
Hoje, passei a tarde no shopping fazendo compras para Isabela, não dá mais para ficar perto dela com aquelas roupas ridículas de brechó, as pessoas comentavam sobre ela pra mim, eu não gostava de ouvir coisas ruins dela. No fundo, estranhamente eu me importo.
 Na praia, Isabela estava indo para o carro com seu irmãozinho. 
Dei um ultimo aviso para Vinicius:
 Isso é só o começo, Vine. Vou fazer ela te odiar, te repudiar. Espero que tenha aproveitado o máximo da ingenuidade dela hoje. – Falei arrogante do jeito que ele merecia.
Vinicius estava boquiaberto. Não por causa das minhas palavras e sim, por causa das de Isabela.
  Irônico, porque a única pessoa que está usando-a como boneca, é você. – Ele cerrou os punhos e me olhou furiosamente.
Por um momento eu pensei que ele ia partir pra cima de mim.
Desejei isso. 
— Como eu disse, isso tudo é só o começo. — Repeti e virei as costas indo em direção ao carro.
— Isso é vingança? — Ele me perguntou alto.Parei de caminhar até o carro e me voltei pra ele.
— Uma parte dela. — Sorri.
Alcancei o carro antes que ele falasse alguma coisa.
— Sério? Sério que você está gostando daquilo? – Falei com cara de nojo assim que me sentei. Olhei para Isabela e ela com o rosto enfiado nas mãos ao meu lado.
  Eu só quero ir pra casa...– Fungou.
— Vamos pra casa, só não será a sua. — Eu sorri pra ela — Esqueceu foi?
 Mas…
 Ele vai pra dele – Interrompi apontando para o irmão dela que estava sentado no banco de trás.
— Tudo bem...
Liguei o carro e deixamos o irmão dela sã e salvo em casa.
 Preciso falar com meus pais, não deu para falar com eles ainda. – Isabela disse tirando o cinto.
 Qual o número da sua casa? – perguntei.
— Não decorei ainda, está aqui no meu celular, pega. – Entregou o seu celular para mim.
Vi o número e liguei. O pai dela atendeu:
— Alô — Ele falou com uma voz muito grossa
 Oi, senhor. Aqui é Natalie, amiga de Isabela. Desculpe não poder está me apresentando formalmente para o senhor. Estou aqui na minha casa com a Isabela — menti e Isabela me lançou um olhar — e deixei seu filho em casa há alguns minutos... Peguei-os emprestado para mostrar a nossa linda praia. Mas peço, ou melhor, imploro para o senhor permitir que sua filha passe a noite em minha casa.
 Acho que por mim tudo bem…  Falou parecendo surpreso  Mas posso falar com ela?
 Sem problemas! Muitíssimo obrigado por permitir e desculpe incomodá-lo – passei o telefone para Isabela
— Oi pai… Sim… Ok… Tudo bem pai… Tá pai… TÁ BOM PAI. TCHAU – desligou o celular.
 Acelerei e fomos para minha casa. Entramos em casa e ela deixou o queixo cair um pouco.
— Minha nossa! – Falou surpresa.
 Vamos, vamos. Eu tenho uma surpresa para você  a puxei.
Subimos a longa escada e chegamos no meu quarto.
— Uau, é do tamanho da minha casa aqui.  Ela falou surpresa novamente.
Nós rimos e pulamos em cima da cama.
— Tenho uma surpresa – Falei animada. Isabela arqueou a sobrancelha enquanto eu pegava as sacolas.
Tirei as roupas das sacolas e joguei em cima da cama.
 Que roupas lindas, caramba! Quer matar quem do coração hein? – Isabela falou com um sorriso malicioso no rosto.
— Quem vai acelerar corações aqui é você – Falei jogando as roupas por cima dela, cobrindo-a.
Ela descobriu a cabeça e franziu a sobrancelha.
— São suas! — Eu disse, me deitando na cama com a barriga pra cima. 
— O quê? — Isabela se assustou — Eu não posso aceitar! Isso deve ter sido uma fortuna, você está louca? — Perguntou, olhando as roupas mais de perto. 
 Não estou não. E você vai aceitar sim! — Como ela pode recusar? Não foi nada demais. Que escândalo.
 É sério Natalie, o que meus pais vão dizer? Vão pensar que eu assaltei o shopping. — Ela arregalou os olhos.
 Eu falo com eles, é tão fácil convencê-los. Aceita vai.  Falei com cara de cadelinha abandonada.
— Isso vai me trazer tantos problemas, minha mãe pode surtar, sabia?
— Que drama, Isabela. Já disse que falo com ela. Você não pode recusar! Por favor... — Fiz bico.
—Tá, tudo bem. Mas se der problema com....
— Eu resolvo. — Interrompi
— Beleza, mas posso fazer uma pergunta? — Perguntou, mexendo nas roupas e olhando-as melhor — Por que comprou ROUPAS pra mim? 

— Olha, tudo bem... Eu vou te dizer. — Fiz uma pausa e ela voltou a me encarar  As pessoas riem de você, Isa. Elas todas me contam, até Vinicius já falou delas. — Menti. A feição curiosa que ela tinha, passou para chorosa. — Eu gostei do jeito que você é, do jeito que te conheci, mas não aguento essas fofoquinhas. Não quero que te insultem mais. Eu quero ver você chegar naquela merda de escola e fazer com que todo mundo olhe e exclame palavrões de tanta admiração. — Parei de falar e percebi que ela estava imaginando a cena em sua cabeça.
Ela deu um meio sorriso.
— Elas são tão feias assim? — Isabela estava quase á ponto de chorar. Concordei com a cabeça.
— Então eu aceito – Ela juntou todas as roupas enfiou dentro das sacolas. – Obrigado.
Ela me abraçou e eu abracei-a de volta, mas logo a soltei.
— Agora Isabela, eu preciso falar de uma coisa séria com você… — Fiz uma cara rígida.
 O que foi? – Seu rosto ficou sério também.
-— Vinicius… O que aconteceu foi que nós fizemos sexo há dois anos e no outro dia ele não estava mais ao meu lado. Ele simplesmente me deixou, me largou. Eu me senti horrível, entrei em depressão. Não fui a primeira vítima, muito menos a última. Ele já fez e ainda faz isso com todas as meninas em seu alcance. Cara, ele foi tão perfeito comigo. Galanteador, romântico.... Só faltou recitar poemas, de tão romântico que era. — Forcei um sorriso, como se tivesse me lembrando de uma época. Logo tirei o sorriso e recompus um rosto sério — E tudo isso foi um truque, um truque para me levar para cama e depois fugir de fininho. No outro dia ele nunca mais olhou na minha cara, eu fui uma invisível, uma ninguém. Como se nada tivesse acontecido. – Forcei meus olhos lacrimejarem e fiz um drama único. Unicamente meu.
 Eu… Eu não… Não consigo imaginar ele… – Isa gaguejava.
— Ele disse que me amava. Disse que eu era diferente das outras, que eu era especial. — Elevei minha voz — Eu caí que nem um pato apaixonado. — Fiz um sorriso sarcástico.
— Ele é mesmo um canalha, não acredito que quase... — Ela ia concluir a frase, mas fechou a boca. Ela parecia envergonhada. Envergonhada de si própria. Depois voltou a falar — Eu fui fraca, Nat. Tentei evitá-lo quando o vi, tentei escapar, mas não conseguia. Quanto mais eu tentava me afastar, mais eu.... — pausou. — Eu me aproximava.
 Não te culpo por se sentir atraída. É inevitável. 
— Agora é diferente. Antes eu não sabia o que ele tinha feito, não sabia no que estava me metendo. A última coisa que eu quero é me envolver com alguém desse tipo. Eu não gosto dele, e se houve alguma atração, não haverá mais.
Ela não podia decidir isso, mas ela queria acreditar nisso. Se o esforço dela de se afastar for maior do que o que vi hoje, já está de bom tamanho.
— Sei disso, Bela. Chega de predadores, amanhã só serão presas. Com as roupas que usaremos amanhã, vamos atrair um bocado.
Começamos a rir. 
Nos deitamos super empolgadas para o outro dia e dormimos que nem dois anjinhos. Pelo menos até amanhã.
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