Link1 Link2 Link3 Link4 Link5 Image Map

Capitulo 12 (Isabela) – Coincidência





Assim que eu vi a Natalie sair pela porta, uma pontada de culpa me acertou. Ela já me dissera antes como Vinicius era, quer dizer, é. Ela já contara o que ele fez com ela e como isso a abalou. Vinicius não prestava, isso eu já estava convicta. Eu simplesmente não conseguia esquecer o beijo. 
Confesso que já beijei outros garotos antes dele. Corrigindo: Apenas um garoto. Meu ex-namorado, Victor. Os beijos eram tão diferentes, que até me surpreende um pouco. A sensação… Com Vinicius foi mais intensa. Meu corpo congelava com seu toque. Seus lábios tão delicados traçavam linhas até meu pescoço. Eu não parava de pensar nisso tudo. Mas precisava parar. Eu precisava esquecer aquele beijo. Eu precisava esquecê-lo de uma vez por todas e seguir em frente. Vinicius não gostava de mim realmente. É tudo um jogo. 

O pior é que nesse jogo, eu não tenho muitas defesas. Na presença dele, eu travo. Toda minha força de vontade… Ela morre. Ela me abandona. É como se eu não fosse responsável mais pelos meus atos. Eu me torno verdadeiramente impulsiva, deixo meus desejos e hormônios falarem mais alto que a razão. E deu no que deu. Fiquei com o cara mais galinha da cidade, com risco de pegar fama de “mais-uma-vítima-de-Vinicius”. Detesto ele!

Fui para a cama, ver se descansava um pouco e torcendo para que os meus olhos inchados melhorassem até amanhã. Eu não queria ir para aula no dia seguinte, mas quem sabe os estudos me distraiam um pouco de toda essa confusão que já estava me matando. Fechei os olhos e diferente dos outros dias, demorei muito para dormir. Pensei em tudo: O beijo, Natalie brava comigo e Vinicius contando para cidade toda como me deu uns pegas, aumentando a história drasticamente. Depois de imaginar todas as coisas ruins que poderiam acontecer comigo de hoje em diante, eu dormi.
– Acorda querida, você está bastante atrasada – Minha mãe me balançava, fazendo-me abrir um pouco os olhos e dá de cara com o relógio da minha cabeceira apontando 7:30 – Você tem meia hora pra estar dentro da sala de aula.
– Que droga…Vou me atrasar com certeza… – Minha voz saiu falhada e rouca. Queria só mais 10 minutos em minha cama, mas tive que levantar.
– Você foi dormir tarde no computador de novo não foi, Isabela? – Minha mãe ainda estava ali ao meu lado esperando que eu estivesse completamente acordada.
– Não, mãe… Só não dormir bem essa noite… – Minha voz continuava demoníaca e minha mãe pareceu não ter acreditado em mim, mas também não retrucou. Ela saiu do quarto e eu pensei em ter escutado um “não volte para cama” antes dela fechar a porta.
Tomei banho em cinco minutos, vesti uma das blusas que Natalie me emprestou, que não era tão decotada, mas não deixava de ser perfeitamente linda. Coloquei minha calça jeans nova e uma sandália que também foi comprada recentemente para ser usada em uma ocasião especial e não para assistir aula. Desci as escadas voando, tomando apenas um copo de leite e saí em disparada para porta, mas antes que pudesse por o pé fora de casa…
– Espera um pouco aí – A voz da minha mãe soou tão grossa que fez meu corpo inteiro estremecer – Você vai para o colégio assim? Vai matar aula para ir pra outro lugar, mocinha? E de quem é essa blusa? Não me lembro de ter a comprado para você… – Antes que minha mãe terminasse de me metralhar com mais perguntas, eu logo rebati .
– Mãe, as meninas zoavam minhas roupas. Não quero mais ir que nem uma mendiga para escola. Você acha que de mudança, só foi a cidade? As pessoas aqui também são diferentes, mãe. São outros hábitos, outros estilos, outros AMIGOS. Se você quer que eu me dê bem à nova cidade, vai ter que deixar eu me adaptar. E não se preocupe, mudei apenas as roupas. A Isabela, sua filha, continua intacta. Ah, e a blusa… Foi só um presente da Natalie. Tchau. – Corri em direção á minha bicicleta e me virei para ver a reação dela. Ela me fitava, como se notasse algo estranho em mim, mesmo depois do meu discurso de que não havia mudado de personalidade ou algo parecido. Pude ver a preocupação em seus olhos. Nunca fiz nada que ela pudesse realmente se preocupar antes. Ela sabe que sou madura o suficiente para cuidar dos meus próprios problemas, então por que agora ela parece tão preocupada comigo? Será que ela sabe?
Pedalei o mais rápido possível e cheguei atrasada dez minutos. Entrei na sala de aula e todos pararam para me olhar de cima á baixo.
 Boa noite, Isabela. Sente-se, por gentileza.  O professor de história soltou um sorriso forçado e me segurei pra não responder “Não, prefiro ficar em pé mesmo. Claro que vou me sentar né!”. Procurei por Natalie e ela não estava em canto nenhum. Decidi sentar ao lado de alguém que não puxasse muita conversa, só quero ficar quieta no meu canto.
 E então, turma? Fizeram o trabalho dos compositores?  Meu corpo todo gelou. A droga do trabalho! Eu não terminei… Quer dizer, nós não terminamos. Eu e Vinicius pausamos pra lanchar e depois… Bem, cansei de repassar essa história. Acabou que nós não concluímos! Droga! Como eu fui esquecer? Procurei pelo Vinicius, mas ele também tinha faltado a aula, ou está matando aula. Dane-se. Aquele inútil. Ele não faz quase nada do trabalho e ainda falta no dia da entrega. O trabalho inteiro estava em seu laptop. Que irresponsabilidade á minha, também. Aconteceu tanta coisa que eu acabei esquecendo completamente. 
 Vou passar nas carteiras recolhendo… – Conclui o professor.
Até ele chegar a minha carteira, demorou um século. Parecia que quase todos haviam esquecido do trabalho e á cada carteira, o professor perdia cinco minutos escutando a desculpa do aluno. Eu estava sem saída… Como eu explicarei ao professor?
 Seu trabalho, Isabela? Onde está?  O professor chega por trás de mim e para ao lado da minha carteira. Sua voz me assustou tremendamente.
 Professor, eu fiz o trabalho… Quer dizer, boa parte dele. Mas infelizmente o parceiro que você colocou pra mim faltou. E quem estava com trabalho era ele… Peço que da próxima vez, você arranje alguém mais responsável para mim. Se não for pedir muito…  Fiz um tom um pouco petulante. As sobrancelhas do professor se arquearam e ele parecia prestes a explodir.
 Não me importo dos problemas que meus alunos tem um com outro. Vocês são dois alunos, mas a nota será a mesma. E sem nota pra um, significa sem nota para outro.  O professor parecia cansado de “desculpinhas”… E pelo visto, decidiu descontar tudo em mim.
 Professor, eu não tenho culpa. Você tem que permitir que eu entregue o trabalho em outra data… Vinicius faltou, ele estava com o trabalho. Preciso da minha nota, você não entende? – Falei quase chorando na frente dele.
 Entendo… Entendo perfeitamente!  Ele fala se dirigindo para frente da turma toda.  De 40 alunos, nem 10 concluíram o trabalho. Vocês têm mais dois dias para me entregar. Se não, estarão direto na recuperação. E a nota, já não será máxima, até porque notas fora do prazo são descontadas alguns pontos.
Tudo bem. Não me importo com nota máxima, só não quero a mínima.
Sentia-me um pouco estranha… Mas não tem nada a ver com nota, trabalho, esporro do professor ou nada disso. O que me incomodava era o fato da Natalie e o Vinicius terem faltado coincidentemente no mesmo dia.
2

2 comentários:

  1. Continuaaa!!!!! To viciada na sua web novela!!! Muito boa!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. OMG, primeira leitora da web *-----*
      Já está pronto o próximo capítulo, vou postar sim!
      MUITO OBRIGADA, DE VERDADE

      Excluir